O relógio desperta e ele acorda...
Incrédulo, ele fita o relógio na esperança de que o horário esteja errado, em vão.
Então esfrega os olhos, espreguiça-se e calça o chinelo. Ao levantar-se da cama seu corpo parece pelo menos quatro vezes mais pesado.
Rasteja até o banheiro... olha para o espelho e só enxerga o resto daquilo que já foi um dia quando livre.
Realiza suas necessidades fisiológicas, toma um banho e escova os dentes. Veste seu uniforme.
Vai até a cozinha, toma um gole de seu café amargo. Acende um cigarro e traga-o vagarosamente.
Enquanto fuma, imagens corridas de tudo aquilo que acontecerá em seu dia lhe passam pela cabeça (não precisa ser vidente para conhecer o futuro rotineiro).
Caminha pesadamente até a porta da frente de sua casa, e quando alcança a rua respira profundamente amaldiçoando o momento em que trocou sua alma por uma carteira assinada.
Em direção ao ponto de ônibus, lamenta mais um dia perdido de sua vida.
Êêoooo vida de gado, povo marcado ê! Povo feliz!
